Existem dois tipos de acidente vascular cerebral (AVC), que são classificados de acordo com a causa que está na origem da diminuição do fluxo sanguíneo para uma determinada região do cérebro:
- AVC isquêmico: que surge quando um coágulo entope um vaso cerebral, interrompendo a circulação de sangue;
- AVC hemorrágico: que acontece quando um vaso no cérebro se rompe, diminuindo a quantidade de sangue que passa por esse vaso.
Embora aconteçam de forma diferente, ambos os tipos de AVC causam sintomas semelhantes como perda da força ou da sensibilidade de uma região do corpo, dificuldade para falar, tonturas e visão embaçada. Dessa forma o tipo de AVC não pode ser identificado através dos sintomas, sendo normalmente confirmados apenas no hospital, através de uma ressonância magnética ou tomografia computadorizada.
Em qualquer dos casos, o AVC é sempre uma situação de emergência médica que deve ser identificada o mais rápido possível e tratada no hospital, já que o fator mais importante neste tipo de situações é o tempo que passa desde o aparecimento dos primeiros sintomas até que o paciente é estabilizado. Uma boa forma de identificar um AVC é fazendo o teste SAMU – veja como fazer o teste SAMU e quando chamar a ajuda médica.
A seguir estão explicadas as principais diferenças entre o AVC isquêmico e o hemorrágico:
1. AVC isquêmico
O AVC isquêmico acontece quando existe uma placa de gordura em um dos vasos cerebrais ou quando um coágulo, que se formou em outro local do corpo, consegue chegar até aos vasos do cérebro, causando um bloqueio que impede o sangue de chegar em alguma região do cérebro.
Além disso, outras principais diferenças em relação ao AVC hemorrágico são as causas e a forma de tratamento:
- Principais causas: colesterol alto, aterosclerose, fibrilação auricular, anemia falciforme, doenças da coagulação e alterações no funcionamento cardíaco.
- Como é feito o tratamento: normalmente é feito com remédios, administrados diretamente na veia, que diluem o coágulo, mas também pode incluir cirurgia para remover o coágulo, caso os remédios não funcionem.
Além disso, é comum que o AVC isquêmico tenha melhor prognóstico que o AVC hemorrágico, já que normalmente é mais fácil de tratar, o que diminui o tempo desde que surgem os primeiros sintomas até que o paciente é estabilizado, reduzindo também o risco de sequelas.
Em alguns casos, também pode acontecer o AVC isquêmico transitório, no qual os sintomas duram, na maioria das vezes, cerca de 1 hora, e depois desaparecem sem deixar sequelas. Este tipo também pode ser conhecido com pré-AVC, e por isso é importante ir ao pronto-socorro para fazer uma avaliação e iniciar o tratamento adequado de forma a evitar que evolua para um AVC.
2. AVC hemorrágico
Diferente do AVC isquêmico, o AVC hemorrágico não acontece pelo bloqueio de um vaso cerebral, mas sim pelo rompimento de um vaso, o que faz com que o sangue não consiga continuar passando para alguma região do cérebro. Além disso, no AVC hemorrágico também existe acúmulo de sangue dentro ou ao redor do cérebro, o que aumenta a pressão cerebral, agravando ainda mais os sintomas.
Neste tipo de AVC, as causas mais comuns e a forma de tratamento são:
- Principais causas: pressão alta, uso excessivo de anticoagulantes, aneurisma e pancadas fortes na cabeça, por exemplo.
- Como é feito o tratamento: geralmente é iniciado com a administração de remédios para reduzir a pressão arterial, mas em muitos casos pode ser necessário fazer cirurgia para corrigir a lesão nos vasos do cérebro.
Normalmente, o AVC hemorrágico tem pior prognóstico que o AVC isquêmico, já que pode ser mais difícil de controlar o sangramento.
Fonte: Tua Saúde – Drª Ana Luiza Lima Cardiologista – Maio 2020